terça-feira, 23 de novembro de 2010

PAIXÃO A VISTA MARUJOS!

Boca suculenta
Olhos assustados
Tudo é musica!
Olhem o Porto...
As ancoras foram ativadas 
Tsunami nunca mais!
Quero águas mornas até o joelho
Sol nas costas e outros ventos
Mudanças necessárias
Tapas na cara
Muita lama...
Renascimento, porra!
Eu sabia que era preciso
Cair sem paraquedas
No meu abismo
E quando a escuridão
Ousasse tentar...
Terço na mão
Muita fé
Cabelos bagunçados
E o velho sorriso de lado...
Eu sou eu
                                             E você quem é?
Que venha o novo
e outra paginas desse conto.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

MEU ÚLTIMO COMENTARIO

"Evoluiu. É isso, evoluiu! 
E por algum motivo, seja por imaturidade, 
orgulho ou humanidade
sejamos incapazes de vive-lo.
O nosso amor foi maior que tudo 
maior que a sua frieza, 
maior que meu sarcasmo. 
Maior que nós dois. 
Maior, tão maior que não coube na gente."

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INVISÍVEL

Miragem na calçada ou simplesmente um homem no deserto querendo água? Incomparável como consegue matar minha sede e isso, de momento, me basta! Já não ando livremente na minha Cintra... Coração com remendos e curativos... E ela em busca de copos com outros líquidos... Os faróis indicam passagem livre, mas se ficar amarelo me afundo no carro como um cão adormecido... E ela continua com seu cigarro como se nada tivesse acontecido!

Duas vezes no mesmo dia? Se os sábios indicam para os sinais o que seria isso? Coincidência ou uma mente consciente enlouquecendo? Preciso de Platão, Aristóteles, Spinoza e mesmo assim estaria perdida. Porque tenho minha própria sabedoria-teimosia... E se ainda existe amor... Ele é quente como um vulcão que espera adormecido a força pulsante para libertar o pobre basalto... Vou colocar cimento na porta e me trancar dentro do peito até a tempestade passar e amanhecer com outros ventos.

 

Nessas idas e vindas o que me sobra é sempre meio termo... Historias inacabadas, personagens sem nenhuma índole... Shitara e a mente perigosa -seduz em um jogo de mentiras sem pudores para ter uma vida no bairro nobre.  Como se a região pudesse mudar a essencia! Nobre não se inventa, isso a trazemos do berço. Com palavras levianas a levou para mundos poluidos e brincou com os meus sonhos não esquecidos.

São historias tão sem pé nem cabeça que até a mula ficaria com medo. Tangos argentinos brutos, homens que gostam de outros homens mas se camuflam com mulheres, príncipes encantados que no fundo sempre foram sapos e agora tem até o(a) Bizarro... Você me troca por personagens fictícios! São eles que sempre me deixam invisível! Mas o amor continua intacto... até quando? Hoje minha sede foi saciada e amanhã?

A deixo partir para você ficar livre, mas o que sobra em mim você consegue sentir?

sábado, 25 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

COINCIDÊNCIA OU NÃO?

Hoje estou um pouco mais confusa, acordei atrasada, deixei de lado o dentista e fui fazer compras de uniformes para os meus funcionários. Na verdade, eu nem sei o que era mais urgente. Apenas optei!
Meu telefone tocou no táxi, a menina do final de semana ligou para saber se quero ir ao cinema, fofa! Nem imagina, que meu defeito é fazer a pessoa se sentir unica...

De todos os meus problemas este é sem duvida é o mais agradável!

Mas, eu tinha que vê-la? Isso é apenas coincidência ou uma maldição? Será que em outra vida, te fiz sofrer tanto a ponto dessa, não deixa-la ser esquecida?

Vc estava linda! Também falava ao celular, estava com cara de “saco cheio” e de camiseta verde... Vc fica linda de verde, nunca pensei nisso! Na verdade nunca pensei em muitas coisas que agora me fascinam...
Estava mais determinada com seus passos fortes e cabelos ao vento. Cena inesquecível!


Sobre o telefone poderia ser comigo, mas você diz que te magoou consciente e você me magoa inconsciente. Isso não é verdade! Preciso me acostumar de vê-la andando pela cidade.

Tive um impulso de pedir para o taxista parar, mas esse se assustou e continuou... 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

INTERROMPENDO AS BUSCAS - Martha Medeiros

''ASSISTINDO AO ÓTIMO "CLOSER - Perto demais", me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas, sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

 Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.''

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

Em uma das cenas do filme “The Bubble”, os atores principais estão assistindo a uma peça de teatro.
A peça conta uma história de amor entre 2 prisioneiros, um judeu e um árabe. Eles tentam de alguma forma demonstrar o amor, um pelo outro, dentro de um campo de concentração. 
Na verdade, tudo é uma metáfora para se pensar nos diversos campos de concentração que ainda existem.
Eles não podem conversar e muito menos se tocarem. São prisioneiros, "inimigos" e gays. E para que certas palavras sejam ditas em silencio, eles criam um codigo singular  de comunicação.
O amor prevalece, mesmo nos momentos mais difíceis... Mesmo dentro dos nossos abismos, o amor prevalece.
Quando eles se olham, ainda que distantes, o dedo indicador desliza em cima da sobrancelha... É uma forma de conforto, porque na verdade eles estavam dizendo: eu amo você! 

domingo, 22 de agosto de 2010

PEQUENAS EPIFANIAS - Caio F. Abreu

Dois ou três almoços, uns silêncios.
Fragmentos disso que chamamos de “minha vida”.


Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.

Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas. 

Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector “Tentação” na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece. 

De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia. 

Era isso – aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria. 

Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ABRAÇOS PARTIDOS

Eu sou a dona da minha historia, eu sou a dona do meu destino!

A cena é preto e branca e no decorrer do filme vai ficando azulada, tipo aquele clip da banda francesa Frente!

A musica (detalhe essencial) de amor, mas ao mesmo tempo não. Ela teria que ser verdadeira e mentirosa, intensa e suave ao mesmo tempo. "I Wish You Love". O chão estaria coberto de flores do campo e rosas vermelhas e teria que gerar uma duvida se o curta é de amor ou despedida!

No cenário, como uma mensagem subliminar, em uma das paredes, estaria desenhada uma balança (um detalhe). Aquelas antigas, de correntes. Como se fosse o símbolo da justiça! Na outra, como se ao poucos fosse revelando-se pela luz negra um texto de Caio Fernando Abreu

"..tenho certeza que você existe porque escrevo para você, mesmo que o telefone não toque nunca mais, mesmo que a porta não abra, mesmo que nunca mais você me traga maçãs e sem as suas maçãs eu me perca no tempo, mesmo que eu me perca. vou terminar por aqui, só queria pedir uma coisa, acho que não é difícil, é só isso, uma coisa bem simples: quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito"

Na outra parede, o mundo em relevo e a gente em cima dele, rindo e com taças de vinho. E ele, o poeta, com as descobertas da própria vida.

Na ultima e não menos importante, com letras grandes a mostra a palavra “FELIZES”... mas sem revelar o final da historia!

No teto em forma de quebra cabeças, todas as musicas que me fazem lembrar de você!  Em um silencio assustador, com olhos, diria sem palavras tudo o que estou sentindo.

- Vc não acha que escolhe demais? Que vive sempre me colocando na balança? Eu de um lado e do outro o resto. Eles acabam ganhando e vc sempre acaba voltando... Diz que não se arrepende de nenhum dos seus caminhos, que faria tudo de novo. Eu tenho minhas duvidas e minha certezas! Vc volta...eu a amo como sempre e vc desaparece! Você volta porque não entende, porque não consegue esquecer! Você volta para fazer diferente, mas ao chegar, percebe que nada mudou, que apesar de todos os segredos revelados ainda existe amor... e isso te conforta! É o único caminho que não existe dor!
E pra que ficar se eu vou esperar? O problema é que dessa vez... Algo mudou!

Não vou dizer adeus e nem mandar cartas...muito menos ter dar uma benção. Dessa vez, você está sozinha com suas escolhas. Não vou querer participar! Estou com um vazio no peito, desde aquele ultimo abraço, tão diferente, daquela sexta no estacionamento, sei que sentiu o mesmo... Sobre os dois!

Estou pedindo para ficar, para nos dar uma chance de tentar... Mas se prefere outros perfumes, outros abraços... Não vou dizer nada!

Às vezes você age como se só o fato de saber já lhe basta, já mata a sua fome... A minha não! Mas me muda um bocado por dentro. Vc se contenta com tão pouco... Gente que não me afeta, só faz eu me afastar pela minha insegurança! Mas não sou insegura por causa delas. Isso nunca! Sou insegura por vc sempre decidir pela balança. Vc com esses voos altos, com medo de aterrizar em meus braços... Diz que sabe das coisas, mas suas palavras te traem, saem sem vc ao menos perceber... Um dia antes de vc me procurar...eu disse ao telefone " eu te amo"...vc disse, " eu também".
Acho que aquilo ficou na sua cabeça e por isso me procurou. Vc pensa demais, sabia? Sofro com medo do seu adeus sem certeza.

Te magoei achando que estava fazendo a coisa certa... Você acha que não chorei, que não sofri...que não pensei em algo para te arrancar de dentro,do peito? Vc acha que foi fácil eu escrever aquilo...Você acha realmente que se eu tivesse escolha, eu escolheria o que? Aquelas eram minhas únicas verdades. Mas você não compreende? Ou será eu?

E se ainda não for o seu momento? Guarde as migalhas... Ela disse que está preparada agora... Eu não estou preparada para migalhas, quero a minha parte inteira!
Um dia vc escreveu na nossa porta... “que procurava um amor, diferente de todos”... Quantas voltas ao mundo e quantas descobertas você precisa fazer para sempre voltar para o porto? Mas dessa vez, o porto tem desejos maiores e quer beijos intermináveis. Quer viver feliz com você, como casal, como família, como amigas... como duas partes que se tornam uma!

Quando eu estava na esquina te esperando para o nosso café da manhã, e de longe a avistei... Vc abriu um sorriso e atrás dos óculos... Aquele velho brilho, que me fez tão feliz por dentro, que me fez ganhar o dia, a semana, o mês!

Fico me perguntando o que fizeram com vc a ponto de você descontar em tantos outros? Você não precisa mudar por minha causa e eu nem amaria alguém assim... A única coisa que não gosto é o colar que usa, não acho que ele combine com vc... engraçado isso!

Cheguei tarde...            

Você e a dona da sua historia, você é a dona do seu destino!

A cena final, eu estava lá o tempo todo, misturada com as cores do cubo, descalça (momento raro), panamá, calça jeas e camisa preta (adoro!)... Simplesmente jogo os dados e os cubos azuis demoram a cair...

Fica, porque existe amor, porque existe vida... Fica pela parte inteira!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

BEM ME QUER, MAL ME QUER...

No domingo, meu amigo Nenê me entregou um filme chamado Sedução... Adivinha o nome da personagem principal, interpretado pela atriz Eva Green? Vou até fazer suspense... Depois me diga que isso não é o destino? 
Ainda na primeira cena ao ouvir seu nome, achei que estava ficando louca, juro! Pausei e fui tomar banho, tentar sair dos meus delírios. 

Passo diariamente pela Rua Matias Aires e uma frase, do lado direito, sempre me chamou a atenção “O AMOR É IMPORTANTE, PORRA!” Não teve um dia, nesses últimos anos, que não me coloquei no lugar de quem escreveu, como também não teve 1 dia que o farol estava aberto.

Às vezes eu sentia a dor do pichador, outras, o amor que demonstrava. Parecia ser sua ultima tentativa de dizer a pessoa, que ele estava ali... Será que alguém entende isso? Acho que foi seu ato desesperado! As letras eram grandes, talvez, feminina...

Faz 1 mês que sinto falta da frase! O muro que era branco, com as letras pretas desenhadas e cuidadosamente delicadas. Não existe mais! O muro está pintado e com uma textura preta. A parede do amor foi pintada de preto e a frase, mesmo que ainda existente... desapareceu!

Confesso que fiquei triste, acho que já fazia parte da minha rotina... Às vezes eu pedia para o taxista mudar a rota, simplesmente para eu ler a frase... O AMOR È IMPORTANTE, PORRA! Será que a pessoa entendeu o recado? Será que eles são felizes ou foram? Será que a pessoa deu a chance de saber o final da historia ou se refugiou em outros braços, se apaixonou?

Será que era tarde para a pessoa do muro branco ou cedo? Será que no fundo ele estava falando dele? Fico pensando na historia da frase... Será que teve uma história? 
Eu prefiro acreditar em finais felizes!



sábado, 24 de julho de 2010

TAKÔ

Durante anos eu procurei nas mulheres o seu cheiro, seus lábios, seu olhar, seus cabelos, suas orelhas, seu pescoço, sua respiração, suas tatuagens desbotadas...o sabor do seu sexo, suas pernas, seu tórax, suas pintas na pele, seus seios, suas mãos... seu sorriso que me amolece, seu umbigo. Seus braços que me aquecem...  
Impossível! Você é tudo e única que desejei... Espero que não seja tarde!

Você é a reposta de tudo o que tentei fugir até agora. Você e a família que eu queria ter, os almoços de domingo que nunca achei importante... E a parte que falta na minha cama, do travesseiro que olho e sinto falta... Você é... os meus carnês não feitos para mudar os moveis da casa. Você é... Minhas férias de final de ano programada. Você é a minha laje, rs (já te contei minha teoria?)
Você não sabe se quer ficar e eu não posso ficar pela metade... entende?  
Você precisa descobrir o que senti por mim de verdade... Quando eu te falei que menti sobre a carta, só fiz em um detalhe... É só um detalhe, preciso ser feliz também,rs.

Se eu tiver que subir o Everest para você ficar comigo... Você sabe que eu faria! Mas na decida, eu perguntaria: você está feliz, agora? E eu??? 
Sou feliz ao seu lado, ao lado do poeta (nem se fala)...ele me tranqüiliza! 
Tenho a sensação que não teve pausa... É como se nunca estivéssemos separadas... Quando eu o abracei no final, ainda no Takô...e ele...”Não queria que esse dia terminasse”... Meu deus?
Depois no carro, na despedida... “eu queria que vc ficasse com a gente”, me fez entrar soluçando no ônibus e depois no táxi... Falei pra você que tinha ido alugar um dvd, para parecer uma situação normal... Mas na  verdade, estava na porta da igreja (não faz cara de surpresa). Precisei entrar na igreja e me ajoelhar ao lado de uma senhora, que simplesmente me abraçou e disse para eu ter calma...Acho por um instante que meu coração parou, a temperatura do meu corpo mudou, e por uma fração de segundos, tudo ficou turvo...

 

E entenda que foi de emoção é de uma felicidade, que eu nunca senti igual...nunca... Obrigada!  Certos sentimentos só consigo sentir ao seu  ao seu lado!
Depois na escalada...antes o choro do desconhecido e depois o sorriso de ter conseguido...Me fez ter tanto orgulho de você (como mulher), dele...do momento! Me fez querer passar por cima do que sinto para não perder esses momentos... Mas... eu não sei se vou conseguir! Não vou conseguir estar próxima e depois... não estar presente! Entende? Estou me policiando para não te ligar...as vezes quero saber dele...de você. Saber se precisa de algo...Esqueço que tem pai e família... Agradeço todos os dias, por vc ter uma amiga tão especial, por ser tudo o que de momento você precisa. Amizades sinceras precisam ser cultivadas e amadas. Faça por ela em dobro tudo o que ela faz ou fez por você... e isso vc nunca ira se arrepender... faça sempre o seu melhor...sempre!

O fato de eu estar “despreparada”, faz você ficar insegura ou ter vergonha... não sei! Eu não me preparei pra vocês... desculpa! E falar sobre isso é dolorido...
Mas se eu disser que vou me tornar tudo aquilo que deseja... Vou entrar em forma, comprar um carro, uma casa... Vou percorrer o caminho, que até agora eu fugi, inconscientemente ou muito consciente, pelos meus medos... Quando eu chegar, aonde todos querem que eu chegue... Eu vou te perguntar... Ainda tentando fugir do seu olhar... ISSO É AMOR PRA VOCÊ AGORA? (eu não estou te perguntando nada, isso é um blog e minhas reflexões) Você entende o que eu quero dizer? Se eu tiver que te perguntar isso... Independente da resposta, eu vou saber que não valeu a pena...

O meu pior medo e saber se depois que eu fizer tudo o que eu acho que é importante pra mim e pra vocês... Você ainda não entender...ainda não saber. A única coisa que posso fazer é construir meus castelos e tentar, pensar em mim...mesmo fazendo tudo isso por vocês, minha irmã e minhas gatinhas de bigode.
Eu não estou te cobrando nada, muito pelo contrario... Sei que está saindo de um casamento, que tentou preencher a lacuna... Se fosse eu no seu lugar...estaria esgotada!
E tudo poderia ser mais simples... Eu adoro tempestades,mas acho que já passamos por muitas. Pensa na gente...como casal! Por que, no fundo você, também sabe que nunca poderemos ser outra  coisa... Enquanto isso...eu remo!
Sobre amizade, nunca vou deixá-la... Sempre falei que um relacionamento é como um tripé...amizade, respeito, amor. Somos amigas, porque sempre podemos contar uma com outra, e isso nunca vai mudar...desculpa! Se apenas, naquele momento eu não tinha parado pra pensar a respeito... Sou impulsiva, apesar de já ter melhorado muito em relação a isso, mas tenho muitos defeitos....só espero que minhas qualidades façam esquecer nossos momentos não tão perfeitos...

Você é minha amiga, minha família, minha mulher, meu amor... meu passado, presente e eternidade... Te amo!
E, sinceramente... Feliz dia do amigo!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MEU AMIGO CHARLIE BROWN

Às vezes tudo é tão inesperado e inevitável,
Às vezes somos só telespectadores! 
Diferente dos roteiros fictícios,
Não adianta stop, pause... acelerar... 
Tirar a camisa pra ela não passar na poça d' água,
Fazer o mundo rodar o contrario, 
Olhar para o gelo e esperar renascimentos, 
Correr, correr e ter 3 finais...
Convidá-la para dançar ou será para passar o resto da vida? 
Resgatá-la do bandido,
Mergulhar em rio de chocolate,
Domar dragões,
Matar leões!
Cantar na chuva, 
Falar: "encontre-me em Montauk.." 
Você só pode abraçá-la forte e dizer... calma, vai passar!

sábado, 8 de maio de 2010

PORTO

Acabo de chegar do show da Miss Kittin, maravilhoso!
Como eu queria que você estivesse lá... Confesso que por minutos imaginei você ao meu lado sorrindo e vendo a mesma coisa que eu na pista. 

Estranho que essa, mesma, sensação tive em 2003, também no sets da Sra. Kittin!
Estava no Rio para esquecê-la e imaginava na minha loucura momentânea que você largaria tudo e amanheceria comigo naquele som perfeito! (a festa aconteceu em um galpão no Porto). Sempre quis que vc conhecesse o Rio comigo (ainda quero!).

Sei que você precisava pensar na nossa conversa, em tudo, etc. Sei que sabe que sou explosiva, ma eu precisava achar a palavra. Eu precisava me encontrar em meus textos. Precisava escrever sem sentido, para achar o sentido e o sentimento do nosso encontro.
Fica, por favor, um minuto em silencio, coloca a sua musica favorita e pensa em um instante tudo o que vou dizer, ok?

Eu queria saber qual foi o dia que você acordou e sabia que não era eu?
E se não teve esse dia, o que a impede de correr atrás e saber que ainda resta algo? E se não resta, se sou apenas o seu consolo... Saiba que é isso que me assusta! Mas ao mesmo tempo, certos detalhes, certos olhares me dão a segurança necessária e permitida para ainda ter esperanças!
O que me incomoda são as coisas não ditas! Sempre estamos falando de outras pessoas e da gente, é como se tivéssemos tanta certeza que estamos seguras, que congelamos...
Eu teria todos os dias, tentado fazê-la feliz (isso não duvide nunca!). Todos os nossos dias seriam um novo dia! E vê-la sorrir seria obrigação no pacote (rindo) Se eu teria conseguido? Acredito tanto, mas tanto que sim... Juntas conquistaríamos o mundo! Vamos vencer de qualquer jeito, mas ao seu lado, tudo seria mais fácil!

Ainda não desisti! Mas confesso que inconscientemente, até agora não me planejei para que isso de fato acontecesse. Estava simplesmente aceitando o fato que você desistiu da gente. O que era triste e solitário!  Me acostumei com um vazio que achava que já fazia parte... 
Em tese, fui feliz em todos os meus caminhos, mas o fato é que essa felicidade era pela metade!
Tenho vontade de ser uma pessoa melhor ao seu lado, acredite! Muitas vezes lutei por um motivo... você!

O problema que sempre tive a impressão que você nunca acreditou nisso, que sempre imaginou que eu não conseguiria...
Parei para pensar algumas vezes na possibilidade de você envelhecer atrás de um balcão de roupas qualquer (eu teria orgulho de você de qualquer jeito, só estou tentando explicar, ok?).
Me preocupava com o seu futuro e com seus sonhos armazenados. Me incomodava o fato de estar crescendo e você ainda não. Não fez eu te amar menos, muito pelo contrario. Parece que “hoje te amo menos que ontem e mais amanhã”(rindo). Eu sei que meio brega, mas tão verdadeiro! Só fez eu me preocupar, tentar entender mais. Acho que planejei a minha vida, para, mesmo ausentes... Me meter na sua e arrancar seus telhados, sua portas e janelas...para você se achar...


Ao seu lado mostro o meu lado impulsivo e infantil. Às vezes pareço ter 15 anos.... É que não tenho receio de me mostrar pra você. Mesmo sabendo que você pode sumir novamente... Me deixado a deriva no mar, o que é complicado! Porque o casco vai ficando velho, vai ficando grosso e às vezes ele perde o caminho do porto, entende?

Preciso dormir e finalizar esse texto... As coisas já estão ficando confusas...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

CAIXA DE PANDORA

 Caio F.Abreu

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "

"Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também."

"Mesmo assim eu não esquecia dele. Em parte porque seria impossível esquecê-lo, em parte também, principalmente, porque não desejava isso. É verdade, eu o amava."

"Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar."


“... eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende?”

"Não vou perguntar porque você voltou,acho que nem mesmo você sabe...Eu também não queria perguntar,pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão,mas não é,sei que não é,você também sabe,pelo menos por enquanto,talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta?É preciso encher o vazio de palavras,ainda que seja tudo incompreensão?Só vou perguntar porque você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto.E esquece sabendo que está esquecendo... "

"[...] sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus...como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!"


"Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”


Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”


“Você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo"

"...porque gostei muito que você tivesse vindo, deu vontade de ficar mais tempo junto, deu vontade de levar essa história até o fim." 

"Toda a minha saudade e o amor de sempre..."

segunda-feira, 15 de março de 2010

A CASA DO JÕAO DE BARRO

No começo desse mês, comecei a me questionar sobre o bem e o mal. Quantas atitudes determinam se uma pessoa é boa ou má? Quantos erros cometidos, quantos acertos? Será que um único momento pode determinar uma vida inteira?

Na minha infância caminhando com o meu pai, na fazenda do meu avô. Encontramos uma arvore grande, verde e bonita. Meu pai apoiou as varas de pesca e o cesto ainda vazio dos peixes no chão. Sentamos despreocupadamente para observar os cantos dos pássaros e a paisagem. O som ao fundo era do rio atingindo o seu curso. Deitamos na grama, me apoiei no braço do meu pai e encontramos a casa do joão-de-barro.
Meu pai me contou, como o joão-de-barro constrói a sua casa, e a estória popular, inclusive mencionada em literatura ornitológica, que ele empareda dentro do ninho a fêmea que o tenha traído.
Fiquei indignada, nos primeiros momentos, imaginado que todos têm o direito de amar quem quiser e não morrer por isso... Meu pai riu e disse que aquilo não passava de uma crença popular. Que as pessoas tem o direito de amar quem quiser, mas não magoar outras pessoas...


Mas eu ainda não me dava por satisfeita e pedi para ele me levar até lá, eu queria saber o que tinha dentro da casa do passarinho, tocar nela... 

Como eu tinha 6 anos e a casa estava no 3º galho, meu pai escalou a arvore, conseguindo na 2º tentativa e tirou a casa do João de cima do galho, trazendo com cuidado até onde eu estava em pé, ansiosa. Observamos os detalhes, o peso e os dois ovinhos que estavam dentro da casa... Quando meu pai se deparou com os ovos, ficou preocupado e imediatamente subiu na arvore para coloca-la no seu devido lugar, da onde ela nunca deveria ter sido deslocada.
Coloquei com olhos a casa junto com o meu pai e quando ele a encaixou, pensando que ela estava segura, ela caiu. Meu pai praticamente se jogou da arvore, esperando que os ovos tivessem sobrevivido... Mas foi o canto do joão-de-barro, que ao deparar com sua casa e família destruída, que fez eu e meu pai chorarmos como crianças em baixo daquela arvore... O passarinho contornou o lugar, e a sensação que transpareceu é que ele estava tentando imaginar que de repente ela pudesse estar em outro lugar... Como se ele tivesse errado onde tinha guardado seu abrigo!

Enfiamos o resto da casa dentro do cesto e fomos embora. Não pescamos aquele dia e ao entardecer, como era de costume quando passávamos as ferias na fazenda. Tinha roda de viola com os empregados e os vizinhos.  Nosso canto também foi de tristeza aquele dia... Sempre, até hoje, depois de 26 anos, nos nossos almoços... Lembramos da casa do João-de-Barro. E o arrependimento daquele dia... Se eu pudesse viver novamente... eu mudaria essa parte da minha historia. Mas talvez sejam essas atitudes que fazem a gente escolher o que vai ser na vida e qual o caminho a seguir.

Todos nos podemos cometer erros, o que não devemos e nos acostumar com eles. Eu escolho diariamente o meu caminho, mas quantas casas eu terei que construir, quantas pessoas eu terei que ajudar para esquecer da cena e do canto daquele passarinho?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

PÁSSARO AZUL


Cheguei a Floripa despretensiosa, disposta a descansar e admirar paisagens... Fiquei assim até o dia 31... Estava lendo e concentrada em um livro novo, de uma estória de amor e de imortais... Quem não me conhecia, me achou anti-social,rs... Eu acharia se fosse o contrario.

Cheguei à Ilha, mais velha e pensativa... tentando avaliar as prioridades para 2010, sonhos esquecidos...
No dia 30, balada e som incrível... A fumaça de cigarro me cegou momentaneamente, mas, sinceramente eu já estava cega...

Não sei, mas algo mudou depois dos primeiros segundos de 2010 e literalmente, depois de tirar os olhos da areia... Algo me atingiu com tanta, tanta força... Que tenho a sensação de ter saído do casulo, de ser outra pessoa. Uma paz inexplicável e uma cena digna de filme... A lua enclausurada na nuvem apareceu... E tudo naquele momento foi perfeito!  Como explicar, sem querer dizer?

Não foi o meu melhor ano novo, mas foi a melhor sensação que tive depois dos fogos de artifício... Há 3 décadas me disseram que sinônimo de felicidade-eterna, era ver um pássaro azul.
Já ouvi o canto do pássaro preto, já encontrei pássaros amarelos, vermelhos, verdes, laranjas, brancos e multicoloridos... Já tive um periquito azul, agora pássaro... azul...nunca!

No dia 01, acordamos e já começamos agitar a praia Mole, o som do Deca... Acho que tudo estava mais colorido, o almoço no Chico, divino! O Prosecco fazendo sua parte e depois da fila contagiante para chegar até a praia... A lua começava a dar tom e de repente, outro presente... de fundo...sensacional!
O som (não faz muito meu gênero), mas garanto que tudo estava perfeitamente encaixado ao ambiente... tudo era muito eletrizante... amigos cariocas apareceram e a batida ficou maravilhosamente aconchegante!

Os amigos novos de Floripa... a p a i x o n a n t e s! Prometo que a próxima (depois do carnaval,rs)...será em Sampa...

Só esqueci de contar um detalhe... antes do banho para o almoço no Chico, em cima da arvore no quintal da casa... eu vi o que um dia achei impossível e que procurei sem saber por tantos anos...
No começo não acredite e outros olhos me ajudaram a olhar... Não sei se vou ter a tal felicidade eterna, mas naquele momento a minha felicidade era exatamente aquela...
Ficção ou realidade só cada dia vivido de 2010...Obrigada!


Obs.: Fiquei alienada (consciente e opcional) 10 dias... sem jornais, revistas e televisão. E, ontem, fiquei sabendo das tragédias com tantos brasileiros... É triste e irreal!
Por isso se você estiver lendo esse conto, o mínimo que podemos fazer e fabricarmos nosso pássaro azul... Doando alimentos, roupas, carinho e solidariedade...Tente, fazer o bem é outro tipo de felicidade, talvez a mais importante...