quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INVISÍVEL

Miragem na calçada ou simplesmente um homem no deserto querendo água? Incomparável como consegue matar minha sede e isso, de momento, me basta! Já não ando livremente na minha Cintra... Coração com remendos e curativos... E ela em busca de copos com outros líquidos... Os faróis indicam passagem livre, mas se ficar amarelo me afundo no carro como um cão adormecido... E ela continua com seu cigarro como se nada tivesse acontecido!

Duas vezes no mesmo dia? Se os sábios indicam para os sinais o que seria isso? Coincidência ou uma mente consciente enlouquecendo? Preciso de Platão, Aristóteles, Spinoza e mesmo assim estaria perdida. Porque tenho minha própria sabedoria-teimosia... E se ainda existe amor... Ele é quente como um vulcão que espera adormecido a força pulsante para libertar o pobre basalto... Vou colocar cimento na porta e me trancar dentro do peito até a tempestade passar e amanhecer com outros ventos.

 

Nessas idas e vindas o que me sobra é sempre meio termo... Historias inacabadas, personagens sem nenhuma índole... Shitara e a mente perigosa -seduz em um jogo de mentiras sem pudores para ter uma vida no bairro nobre.  Como se a região pudesse mudar a essencia! Nobre não se inventa, isso a trazemos do berço. Com palavras levianas a levou para mundos poluidos e brincou com os meus sonhos não esquecidos.

São historias tão sem pé nem cabeça que até a mula ficaria com medo. Tangos argentinos brutos, homens que gostam de outros homens mas se camuflam com mulheres, príncipes encantados que no fundo sempre foram sapos e agora tem até o(a) Bizarro... Você me troca por personagens fictícios! São eles que sempre me deixam invisível! Mas o amor continua intacto... até quando? Hoje minha sede foi saciada e amanhã?

A deixo partir para você ficar livre, mas o que sobra em mim você consegue sentir?